Bairros flutuantes: a ousada solução holandesa para um mundo em transformação

9 de dezembro de 2025

Com enchentes cada vez mais frequentes e o aumento do nível do mar pressionando populações costeiras, a Holanda tem se destacado ao desenvolver bairros flutuantes como forma de adaptação urbana. Um exemplo emblemático é Schoonschip, em Amsterdã: um conjunto de casas que se eleva e desce com a água, resistindo a tempestades que vêm se tornando mais intensas.


Nesse modelo, as construções são fixadas em pilares metálicos, possuem cascos de concreto e utilizam painéis solares, bombas de calor e telhados verdes. A proposta une habitação, sustentabilidade e resiliência climática, transformando a água em aliada, não em ameaça.


Tecnologia que já inspira o mundo


A experiência holandesa não está isolada. Projetos semelhantes já se espalham para países europeus, para a Polinésia Francesa, para as Maldivas e até para ilhas artificiais propostas no mar Báltico. A escala desses planos mostra que a adaptação climática exige inovação e soluções urbanas que considerem o cenário futuro!


Novo planejamento urbano para novos desafios 


Casas flutuantes não têm apenas função habitacional: elas surgem como alternativas para cidades que enfrentam falta de espaço, enchentes recorrentes e riscos de tempestades extremas. A Holanda já inclui esse tipo de construção em sua Estratégia de Adaptação e Resistência às Mudanças Climáticas, e a demanda cresce diante da necessidade de novas moradias.


Benefícios, desafios e oportunidades


A tecnologia é promissora, mas também enfrenta obstáculos. Construções sobre a água exigem infraestrutura específica, como redes de energia e saneamento adaptadas, além de resistência a ventos e ondas mais fortes. Ainda assim, especialistas defendem que cidades adaptadas à água podem salvar vidas e reduzir danos bilionários em cenários de enchentes, cada vez mais comuns em regiões urbanas.


O papel da gestão de materiais nesse contexto


Soluções como bairros flutuantes fazem parte de uma transformação maior: pensar cidades mais resilientes e sustentáveis. Nesse cenário, economias circulares e sistemas eficientes de reciclagem têm papel essencial na redução de impactos e na construção de ambientes urbanos mais preparados para o futuro.


A reciclagem reduz a pressão sobre recursos naturais, diminui emissões e contribui para que infraestruturas urbanas, seja no solo ou na água, sejam menos vulneráveis às mudanças climáticas. Trata-se de um conjunto de práticas que, quando aplicadas com responsabilidade, ajudam a fortalecer cidades, comunidades e ecossistemas! 


Caminhos possíveis para o amanhã


A experiência holandesa prova que inovação, tecnologia e sustentabilidade podem caminhar juntas para enfrentar desafios previstos nas próximas décadas. E cada país, cada cidade e cada empresa têm um papel nisso.


A Recicla segue comprometida com práticas que fortalecem essa visão: gestão responsável, economia circular e soluções que contribuem para um futuro mais seguro, inteligente e adaptado.


28 de novembro de 2025
Durante os cinco dias de programação do The Town, a estimativa é que 10 toneladas de latinhas pós-consumo sejam geradas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Todo esse volume será destinado à reciclagem pela Novelis, líder mundial na laminação e reaproveitamento do alumínio. Para visualizar: se todas essas latas fossem enfileiradas, dariam mais de dez voltas completas no circuito do autódromo.  A força dos catadores e da coleta estruturada A operação conta com cerca de 20 catadores e catadoras, que atuam diretamente durante os mais de 100 shows do festival. A participação desses profissionais é essencial para garantir a separação do material ainda dentro do evento, etapa fundamental para que as latas retornem corretamente à cadeia produtiva .Após a coleta, as embalagens seguem para o Centro de Coleta da Novelis, onde passam por processos de pesagem, triagem, limpeza, prensagem e estocagem. Em seguida, são enviadas para o complexo industrial de Pindamonhangaba (SP), o maior centro integrado de laminação e reciclagem de alumínio do mundo. Economia circular: o alumínio como exemplo de eficiência O alumínio é um dos materiais mais competitivos quando o assunto é circularidade: pode ser reciclado infinitas vezes, sem perda de qualidade. No caso do The Town, as latinhas coletadas voltam para a indústria e se transformam novamente em chapas para novas embalagens .Esse fluxo evidencia um ponto essencial: reciclagem é tecnologia, impacto ambiental reduzido e geração de valor simultaneamente. A Novelis destaca que esse ciclo traz benefícios ambientais e sociais claros e diretos, fortalecendo cadeias produtivas e ampliando oportunidades. O ponto de conexão com a Recicla A força desse movimento dialoga diretamente com o trabalho da Recicla no Nordeste. Assim como no The Town, a operação da Recicla mostra diariamente que resíduos encaminhados corretamente geram empregos, movimentam a economia e evitam o uso de recursos naturais. E ventos desse porte reforçam a importância de cadeias estruturadas, parcerias eficientes e ações que começam na separação correta e terminam na transformação de materiais, exatamente a base da atuação da Recicla. E m escala nacional ou regional, o princípio é o mesmo: preservar hoje para garantir o amanhã, por meio de práticas que unem eficiência operacional e compromisso ambiental.
25 de novembro de 2025
A COP 30 reúne, em Belém, lideranças de todos os continentes em um momento decisivo. Nesta semana, um grupo de cerca de 80 países defendeu, publicamente, que o mundo precisa de um “mapa do caminho” para encerrar gradualmente o uso de combustíveis fósseis. Trata-se de uma proposta para organizar, de forma clara, as etapas, prazos e responsabilidades da transição energética global. O gesto, convocado pela Dinamarca e apoiado por países como Colômbia, Quênia, Reino Unido, Serra Leoa e membros da União Europeia, busca pressionar os negociadores da conferência a incluir o tema no texto oficial. A mensagem central é direta: a crise climática exige velocidade, coordenação e ações concretas. O contexto brasileiro: metas antecipadas e potencial de liderança Enquanto a negociação internacional ganha força, um estudo recém-divulgado no Brasil trouxe uma notícia relevante: o país pode zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2040, dez anos antes da meta prevista no Acordo de Paris. O relatório Brazil Net-Zero by 2040, elaborado pelo Instituto Amazônia 4.0 em conjunto com universidades brasileiras, propõe dois caminhos realistas: AFOLU-2040 – focado em agricultura, florestas e uso da terra; Energy-2040 – centrado na transição energética e na redução dos combustíveis fósseis. A primeira rota aposta em medidas como fim do desmatamento até 2030, restauração de ecossistemas e estímulo à agricultura regenerativa. Já a segunda prioriza a substituição de petróleo e gás por biocombustíveis e tecnologias de captura e armazenamento de carbono. O “mapa do caminho” da COP 30: um mutirão global Na COP 30, o termo “mapa do caminho” surge como resposta à necessidade de alinhar esses esforços. O rascunho apresentado pela ONU organiza quatro temas essenciais: financiamento para enfrentar a crise climática; mecanismos para comprovação de metas; impacto do comércio nas políticas ambientais; e proposições para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. O documento ainda está em fase preliminar, mas já aparece como possível base para acordo entre os países. A expectativa é de que novas negociações avancem nos próximos dias. O ponto de encontro entre as discussões climáticas e a reciclagem Embora o foco da COP 30 esteja majoritariamente em energia, desmatamento e finanças climáticas, a reciclagem ocupa espaço estratégico nesse debate. Isso porque a economia circular interfere diretamente em três fatores decisivos para o cumprimento das metas globais: Redução de emissões – materiais reciclados exigem menos energia para produção do que matérias-primas virgens; Menor pressão sobre recursos naturais – evitando novas extrações e mantendo materiais em circulação; Diminuição do descarte inadequado – que, em países tropicais, representa emissões significativas de metano. À medida que o mundo planeja reduzir combustíveis fósseis, setores industriais precisarão se adaptar a uma matriz energética menos intensiva em carbono. Reciclar é parte fundamental desse processo, pois diminui a demanda energética e fortalece cadeias produtivas sustentáveis. Empresas que operam no setor já contribuem para esse movimento, reduzindo impactos, promovendo reaproveitamento, estruturando logística reversa e ampliando os ciclos de vida dos materiais. São ações práticas que, somadas ao compromisso político discutido na COP 30, ajudam a construir o caminho para metas mais ambiciosas.