Ecobarreiras em Macapá recolhem 24 toneladas de resíduos e reforçam a importância da reciclagem

2 de outubro de 2025

A Prefeitura de Macapá divulgou que, em apenas três meses, o projeto Ecobarreiras Redes do Bem recolheu 24 toneladas de resíduos em três canais da cidade: Muca, Perpétuo Socorro e Santa Rita.


O sistema consiste em redes de contenção instaladas nos canais para reter resíduos flutuantes. Quando as redes atingem a capacidade máxima, as equipes recolhem o material e realizam a destinação adequada. 

Redução de riscos ambientais

Além de contribuir para a limpeza dos canais, o projeto auxilia no Plano de Inverno da Prefeitura, que busca reduzir alagamentos e enchentes durante o período chuvoso da região amazônica. 


Ao reter resíduos antes que cheguem aos rios, as ecobarreiras evitam bloqueios no escoamento da água e diminuem o risco de impactos ambientais mais graves.

A relação com a reciclagem

Apesar de evitar que o lixo siga para os rios, é importante lembrar que boa parte dos materiais retidos poderia ter outro destino: a reciclagem.


Plásticos, latas e embalagens que acabam nos canais poderiam ser reinseridos na cadeia produtiva, gerando renda, empregos e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais. O descarte incorreto mostra como ainda falta conscientização e estrutura para ampliar a coleta seletiva e fortalecer a economia circular.

Caminhos para o futuro

Projetos como o Ecobarreiras são fundamentais para minimizar impactos imediatos da poluição, mas o avanço da reciclagem é o que garante uma solução duradoura.


Investimentos em educação ambiental, logística reversa e gestão de resíduos podem reduzir significativamente a quantidade de materiais que chegam às ruas e, consequentemente, aos canais e rios.


26 de setembro de 2025
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2024 , publicado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), o país produz cerca de 81 milhões de toneladas de resíduos por ano. Desse montante, apenas entre 2,4% e 8,3% é efetivamente reciclado, segundo levantamento da Fundação Dom Cabral e do Instituto Atmos. Essa baixa taxa de reciclagem representa uma perda econômica estimada em R$14 bilhões por ano. Entre os principais entraves estão os altos custos do processo, a falta de infraestrutura e a ausência de incentivos que promovam a cultura de descarte correto. O papel da economia circular A economia circular surge como alternativa para transformar esse cenário. Diferente do modelo linear, baseado em “extrair, produzir e descartar”, a proposta circular busca reduzir desperdícios e aumentar a reutilização de recursos. Esse modelo se apoia em práticas como reutilização, reparação, renovação e reciclagem, ampliando o ciclo de vida dos produtos. Nesse contexto, a logística reversa é uma ferramenta estratégica: ela permite que resíduos retornem ao setor produtivo, seja para reaproveitamento, reciclagem ou descarte adequado, por meio de fluxos que partem do consumidor final e chegam de volta à indústria. Destinação dos resíduos no país Segundo a Abrema, em 2023: 28,7 milhões de toneladas (41%) foram destinadas a lixões, aterros irregulares, valas e terrenos baldios; 40,5 milhões de toneladas (58,5%) tiveram como destino aterros sanitários ambientalmente regulares. Esses números revelam que ainda há muito espaço para melhorias na gestão de resíduos. O potencial de reciclagem no Brasil poderia chegar a 33,6%, de acordo com a gravimetria nacional do Panorama 2020. Alumínio: um case de sucesso Se por um lado a reciclagem nacional ainda é tímida, por outro o Brasil se destaca mundialmente em um setor específico: o das latas de alumínio. Em 2023, o país reciclou 99,7% das 397,2 mil toneladas vendidas, o que representa mais de 30 bilhões de latas reaproveitadas. A média nacional dos últimos 15 anos é de 98%, consolidando o Brasil como líder global. Perspectivas e COP 30 Em novembro, Belém (PA) sediará a COP 30 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Para líderes do setor, a pauta da reciclagem e da economia circular precisa ganhar espaço nos debates, indo além das questões de desmatamento e emissões Segundo Cátilo Cândido, presidente-executivo da Abralatas, é essencial trazer a circularidade para o dia a dia do consumo das famílias, estimulando práticas sustentáveis em todos os setores. Caminhos possíveis O Brasil tem potencial para avançar. Entre as medidas que podem acelerar esse processo estão: Incentivo à logística reversa em diferentes cadeias produtivas; Ampliação de investimentos em coleta seletiva e triagem; Fomento à educação ambiental para estimular hábitos conscientes; Integração entre governos, empresas e sociedade para fortalecer a economia circular.
11 de setembro de 2025
A Amazônia como palco do futuro