Ecobarreiras em Macapá recolhem 24 toneladas de resíduos e reforçam a importância da reciclagem

2 de outubro de 2025

A Prefeitura de Macapá divulgou que, em apenas três meses, o projeto Ecobarreiras Redes do Bem recolheu 24 toneladas de resíduos em três canais da cidade: Muca, Perpétuo Socorro e Santa Rita.


O sistema consiste em redes de contenção instaladas nos canais para reter resíduos flutuantes. Quando as redes atingem a capacidade máxima, as equipes recolhem o material e realizam a destinação adequada. 

Redução de riscos ambientais

Além de contribuir para a limpeza dos canais, o projeto auxilia no Plano de Inverno da Prefeitura, que busca reduzir alagamentos e enchentes durante o período chuvoso da região amazônica. 


Ao reter resíduos antes que cheguem aos rios, as ecobarreiras evitam bloqueios no escoamento da água e diminuem o risco de impactos ambientais mais graves.

A relação com a reciclagem

Apesar de evitar que o lixo siga para os rios, é importante lembrar que boa parte dos materiais retidos poderia ter outro destino: a reciclagem.


Plásticos, latas e embalagens que acabam nos canais poderiam ser reinseridos na cadeia produtiva, gerando renda, empregos e reduzindo a pressão sobre os recursos naturais. O descarte incorreto mostra como ainda falta conscientização e estrutura para ampliar a coleta seletiva e fortalecer a economia circular.

Caminhos para o futuro

Projetos como o Ecobarreiras são fundamentais para minimizar impactos imediatos da poluição, mas o avanço da reciclagem é o que garante uma solução duradoura.


Investimentos em educação ambiental, logística reversa e gestão de resíduos podem reduzir significativamente a quantidade de materiais que chegam às ruas e, consequentemente, aos canais e rios.


14 de novembro de 2025
O estudo Brazil Net-Zero by 2040 , divulgado pelo Instituto Amazônia 4.0 em parceria com diversas universidades brasileiras, aponta que o Brasil pode atingir a neutralidade de carbono já em 2040, uma década antes do previsto pelo Acordo de Paris. A conclusão baseia-se em simulações do BLUES (Brazilian Land Use and Energy System Model), que projeta cenários distintos de uso da terra, energia e políticas climáticas. A consolidação desse resultado coincide com um momento estratégico: A COP 30, em Belém, onde o tema da antecipação das metas climáticas está no centro do debate global. Os caminhos possíveis: natureza ou energia como força principal O estudo identifica dois caminhos realistas para acelerar a descarbonização: AFOLU-2040: soluções baseadas na natureza Esse cenário concentra esforços no combate ao desmatamento, na restauração de ecossistemas e no estímulo a práticas agrícolas regenerativas. Segundo os pesquisadores, 87% das remoções de carbono até 2040 poderiam vir dessas ações: Zerar o desmatamento até 2030; Ampliar reflorestamento e restauração; Incentivar sistemas agroflorestais; Adotar modelos produtivos que regeneram o solo e ampliam a biodiversidade. É o caminho de menor custo e maior previsibilidade, já que se baseia em tecnologias e práticas que o país domina. Energy-2040: a aceleração da transição energética A segunda trajetória aposta em uma mudança estrutural da matriz energética brasileira. Maior uso de biocombustíveis; Redução da dependência de petróleo; Expansão de tecnologias de captura e armazenamento de carbono; Desenvolvimento de novas infraestruturas de baixa emissão. Este cenário reduz riscos territoriais, mas envolve custos mais elevados e o uso de tecnologias que ainda estão em fase de consolidação no país. Custos, desafios e potencial de impacto A AFOLU-2040 exigiria cerca de 1% de investimento adicional em relação à meta atual, sendo considerada a via mais acessível. Já a Energy-2040 demandaria cerca de 20% a mais de investimentos, devido à criação de novas infraestruturas e tecnologias industriais. Ainda assim, os pesquisadores apontam que, com cooperação entre setores públicos e privados, além de uma distribuição justa dos custos, ambas as rotas são viáveis. O Brasil, se bem-sucedido, pode se tornar um exemplo global de desenvolvimento associado à descarbonização. Por que isso importa? E qual o papel da reciclagem no processo A transição para emissões líquidas zero envolve reduzir a pressão sobre florestas, diminuir o uso de combustíveis fósseis e transformar a lógica de produção e consumo. Nesse ponto, a reciclagem se torna uma das ferramentas mais diretas para: Evitar emissões associadas à extração de novos recursos; Reduzir o volume de resíduos enviados a aterros; Diminuir o uso de energia em processos industriais; Fortalecer cadeias produtivas circulares. Ao prolongar o ciclo de vida dos materiais, a economia circular contribui para a mitigação climática, especialmente em setores como metais, papel, embalagens e plásticos, que têm grande impacto emissivo na cadeia produtiva. O estudo indica que alcançar emissões líquidas zero até 2040 é possível, desejável e estrategicamente vantajoso. Mais que atingir metas, trata-se de redefinir o desenvolvimento nacional, conectando proteção ambiental, economia e inovação. Nesse processo, a reciclagem e a economia circular não são apenas complementos, são pilares essenciais de uma transição climática consistente, capaz de gerar emprego, valor e impacto real.
4 de novembro de 2025
O iceberg A23a, considerado o maior do mundo por décadas, está se desintegrando na costa da Antártida. Sua trajetória mostra como o aquecimento global está acelerando a perda de gelo no planeta – e por que isso importa para todos nós. O que aconteceu com o A23a Com quase 4.000 km² de extensão no início de 2025, o iceberg perdeu mais da metade de sua área ao se deslocar para regiões mais quentes do Oceano Austral. Hoje, mede cerca de 1.770 km². Embora o desprendimento de blocos de gelo seja um processo natural, o aumento da frequência e da velocidade com que isso ocorre está ligado às mudanças climáticas induzidas por atividades humanas. Por que o derretimento preocupa Icebergs ajudam a regular a salinidade e a temperatura dos oceanos. Quando se fragmentam rapidamente, liberam grandes volumes de água doce no mar, alterando correntes marítimas e impactando a vida marinha. No caso do A23a, havia risco de que ele afetasse colônias de pinguins e focas na ilha Geórgia do Sul, um alerta sobre os efeitos em cadeia desse fenômeno. O elo com o nosso consumo Grande parte do aquecimento global é impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa resultantes da produção e descarte de bens de consumo. Quando reciclamos, reaproveitamos e reduzimos o desperdício, ajudamos a diminuir a demanda por extração de matérias-primas e a energia usada na produção, dois fatores que estão entre os maiores emissores de CO₂ no planeta. Economia circular como solução A economia circular propõe que produtos, materiais e recursos sejam mantidos em uso pelo maior tempo possível, reduzindo a geração de resíduos e as emissões associadas. Essa abordagem é essencial para frear o ritmo de mudanças climáticas e preservar ecossistemas frágeis como o da Antártida. O derretimento do A23a não é um evento isolado. É mais um sinal de que o planeta está em transformação acelerada e de que precisamos agir. Práticas como separação de materiais, participação em programas de logística reversa e consumo consciente são passos concretos para reduzir emissões e ajudar a manter o equilíbrio climático global.