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Apesar dos avanços recentes na gestão de resíduos sólidos, o Brasil ainda convive com números alarmantes quando o assunto é descarte irregular. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, publicado pela ABREMA, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo urbano têm destinação inadequada todos os anos.
Esse volume representa quase 43% de todo o lixo gerado no país em 2022, o que corresponde a impressionantes 11.362 piscinas olímpicas cheias de resíduos compactados ou 233 estádios do Maracanã lotados.
O que significa descarte irregular?
O descarte irregular acontece quando resíduos não são recolhidos pelo sistema oficial de coleta ou são destinados a locais inadequados, como lixões, terrenos baldios, valas e até córregos urbanos. Apesar de ilegais, os lixões ainda recebem aproximadamente 27,9 milhões de toneladas de resíduos anualmente, funcionando sem qualquer estrutura para impedir a contaminação do solo, da água e do ar.
Além disso, em áreas sem cobertura de coleta, cerca de 5,3 milhões de toneladas acabam sendo descartadas de forma incorreta, ampliando os riscos ambientais e dificultando a valorização de materiais que poderiam ser reciclados.
Impactos para a saúde pública e o meio ambiente
Os efeitos desse descarte inadequado vão muito além da poluição visual. Lixões a céu aberto favorecem a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças, colocando em risco a saúde das comunidades vizinhas. Sem proteção adequada, os resíduos liberam chorume e gases tóxicos, contaminando o solo, comprometendo lençóis freáticos e contribuindo para a poluição do ar.
Essa realidade representa um retrocesso não apenas ambiental, mas também social, já que dificulta o trabalho de reaproveitamento de materiais e sobrecarrega os serviços de saúde pública.
Caminhos para o futuro
Superar o desafio do descarte irregular exige um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade. Algumas medidas fundamentais incluem:
- Expansão e melhoria da coleta e da destinação final ambientalmente adequada, com a construção de novos aterros sanitários;
- Fortalecimento da reciclagem e da economia circular, reduzindo a geração de resíduos e valorizando os materiais reaproveitáveis;
- Educação ambiental e engajamento social, para que cada cidadão compreenda a importância do descarte correto;
- Políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa, com o objetivo de eliminar definitivamente os lixões e ampliar a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos.
