COP30 em Belém: quando a Amazônia se torna o centro da ação climática global

11 de setembro de 2025

A Amazônia como palco do futuro

Em novembro de 2025, Belém, no Pará, vai se transformar no ponto de encontro do mundo. A cidade será a sede da COP 30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Não é por acaso: a Amazônia é um dos biomas mais estratégicos do planeta, fundamental para o equilíbrio climático global.


Um encontro que vai além das negociações


Durante quase duas semanas, chefes de Estado, cientistas, empresários e comunidades locais vão debater caminhos para conter o avanço das mudanças climáticas. Mas a COP 30 não é apenas sobre metas ou relatórios: é sobre olhar para o planeta como uma casa comum, onde cada decisão local tem reflexo global. 


O elo entre global e local


Quando falamos em sustentabilidade, é fácil imaginar grandes acordos internacionais. Mas a verdade é que o futuro começa com práticas que acontecem todos os dias, em cada território e em cada organização. É nesse ponto que a Recicla encontra a COP 30: mostrar que pequenas escolhas, como reciclar materiais, gerar trabalho a partir da economia circular e dar novo ciclo ao que seria descartado são parte do mesmo movimento que será discutido em Belém.


O que a COP 30 nos lembra


Mais do que um evento diplomático, a COP 30 é um chamado. Um convite para pensar em soluções que unam preservação ambiental, desenvolvimento econômico e justiça social. É um lembrete de que preservar hoje é garantir o amanhã, princípio que guia a atuação da Recicla no Nordeste e que conecta sua missão local a esse diálogo global.

10 de setembro de 2025
Apesar dos avanços recentes na gestão de resíduos sólidos, o Brasil ainda convive com números alarmantes quando o assunto é descarte irregular. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, publicado pela ABREMA, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo urbano têm destinação inadequada todos os anos. Esse volume representa quase 43% de todo o lixo gerado no país em 2022, o que corresponde a impressionantes 11.362 piscinas olímpicas cheias de resíduos compactados ou 233 estádios do Maracanã lotados. O que significa descarte irregular? O descarte irregular acontece quando resíduos não são recolhidos pelo sistema oficial de coleta ou são destinados a locais inadequados, como lixões, terrenos baldios, valas e até córregos urbanos. Apesar de ilegais, os lixões ainda recebem aproximadamente 27,9 milhões de toneladas de resíduos anualmente, funcionando sem qualquer estrutura para impedir a contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, em áreas sem cobertura de coleta, cerca de 5,3 milhões de toneladas acabam sendo descartadas de forma incorreta, ampliando os riscos ambientais e dificultando a valorização de materiais que poderiam ser reciclados. Impactos para a saúde pública e o meio ambiente Os efeitos desse descarte inadequado vão muito além da poluição visual. Lixões a céu aberto favorecem a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças, colocando em risco a saúde das comunidades vizinhas. Sem proteção adequada, os resíduos liberam chorume e gases tóxicos, contaminando o solo, comprometendo lençóis freáticos e contribuindo para a poluição do ar. Essa realidade representa um retrocesso não apenas ambiental, mas também social, já que dificulta o trabalho de reaproveitamento de materiais e sobrecarrega os serviços de saúde pública. Caminhos para o futuro Superar o desafio do descarte irregular exige um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade. Algumas medidas fundamentais incluem: Expansão e melhoria da coleta e da destinação final ambientalmente adequada, com a construção de novos aterros sanitários; Fortalecimento da reciclagem e da economia circular, reduzindo a geração de resíduos e valorizando os materiais reaproveitáveis; Educação ambiental e engajamento social, para que cada cidadão compreenda a importância do descarte correto; Políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa, com o objetivo de eliminar definitivamente os lixões e ampliar a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos.
1 de setembro de 2025
A FedEx concluiu recentemente a 10ª edição do seu Programa de Reciclagem de Uniformes, uma iniciativa que comprova o potencial transformador da economia circular. Desde 2015, a empresa já reutilizou mais de 93 mil peças de vestuário corporativo, que se transformaram em mais de 37 mil cobertores doados para pessoas e animais em situação de vulnerabilidade em todo o Brasil. Do descarte à doação: como funciona o programa A cada ciclo, a FedEx coleta uniformes usados e fora de uso dos seus colaboradores. Essas peças, em vez de irem para o lixo, passam por um processo de reciclagem têxtil, sendo transformadas em cobertores de diversos tamanhos. Em 2024, a edição mais recente do programa deu novo destino a 13 mil uniformes, que originaram 5.650 novos cobertores. Do total, 4.600 unidades em tamanho padrão foram destinadas a instituições que atendem pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social. Já outras 1.050 peças menores foram direcionadas a abrigos de animais e ONGs de adoção, proporcionando conforto também a cães e gatos resgatados. Menos resíduos em aterros, mais acolhimento nas ruas Além do impacto social, a iniciativa evita um problema ambiental significativo: o descarte inadequado de resíduos têxteis. Nos últimos 10 anos, o programa da FedEx impediu que aproximadamente 224 m³ de tecido fossem parar em aterros sanitários, que é o equivalente ao espaço ocupado por 47 carros populares. Esse esforço ganha ainda mais relevância diante dos dados sobre descarte têxtil no Brasil. De acordo com a consultoria internacional S2F Partners, o país descarta cerca de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano. Em 2024, cada domicílio brasileiro descartou, em média, 44 quilos de roupas e calçados. Iniciativas que conectam propósito e responsabilidade A ação faz parte do FedEx Cares, programa global de engajamento comunitário da empresa. A iniciativa reúne ações de voluntariado, apoio a causas sociais, doações e projetos que alinham o negócio da empresa ao compromisso com sustentabilidade e bem-estar social. Mais do que doar cobertores, o programa mostra que resíduos podem ganhar novo propósito e beneficiar diretamente quem mais precisa. Uma prova de que reciclar é também um gesto de cuidado com o outro e com o planeta.