Menos de 2% dos resíduos recicláveis são recuperados no Brasil, aponta levantamento

16 de agosto de 2025

Apenas 1,82% dos resíduos recicláveis secos e orgânicos são efetivamente recuperados no Brasil. O dado, divulgado pelo Ministério das Cidades em julho de 2024, faz parte do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SNIS) e retrata a realidade dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no país em 2023.


Segundo o levantamento, dos resíduos com potencial de reaproveitamento, apenas 1,17 milhão de toneladas por ano de materiais secos (como plástico, vidro, papel e metal) foram de fato recicladas. Entre os resíduos orgânicos, que podem ser transformados por meio de compostagem ou outros processos biológicos, a recuperação anual foi de 0,16 milhão de toneladas.


Coleta seletiva ainda é limitada


Mais do que números, os dados revelam um cenário preocupante. Em um país com dimensões continentais e alta geração de resíduos, a reciclagem ainda é uma prática pouco acessível e, muitas vezes, mal compreendida. Apenas 36% da população brasileira têm acesso à coleta seletiva, fator decisivo para o sucesso ou fracasso da reciclagem em larga escala.


Essa baixa taxa de recuperação revela desafios estruturais: falta de investimento em infraestrutura, políticas públicas pouco efetivas, ausência de campanhas permanentes de educação ambiental e desvalorização dos trabalhadores da reciclagem, especialmente catadores e cooperativas, que desempenham um papel essencial nesse processo.


O resultado? Um ciclo interrompido: materiais recicláveis que não são separados na origem, serviços de coleta seletiva que não chegam a todos e resíduos com alto potencial de transformação que acabam descartados como rejeito comum.


Hora de transformar o cenário


A Recicla acredita que esse cenário pode (e deve) ser transformado. Investir na cadeia da reciclagem é investir em desenvolvimento sustentável, geração de renda, preservação ambiental e uso inteligente dos recursos naturais. Para isso, é preciso articulação entre poder público, setor privado e sociedade civil.


Reciclar é mais do que separar resíduos: é agir com responsabilidade hoje para garantir um amanhã possível.

24 de outubro de 2025
O hábito da leitura é uma das formas mais ricas de aprendizado e entretenimento. Mas, à medida que cresce o mercado de e-books e audiolivros, uma dúvida importante surge: qual formato é mais amigável para o planeta: O livro impresso ou o digital? Impactos ambientais do livro impresso Desde a invenção da imprensa, a produção de livros impulsionou o conhecimento, mas também consumiu bilhões de árvores. Hoje, grandes editoras adotam papel certificado por órgãos como o FSC, buscando reduzir o impacto ambiental. Ainda assim, cada livro impresso gera, em média, 330 gramas de CO₂, o equivalente a uma xícara de café, considerando toda a cadeia produtiva: corte de árvores, processamento da celulose, impressão, transporte e distribuição. Com bilhões de livros vendidos anualmente, as emissões globais são significativas. Vantagens e desafios dos e-books Os livros digitais têm um benefício imediato: não usam papel, o que ajuda a poupar florestas. Além disso, eliminam o transporte físico de exemplares, reduzindo emissões de CO₂. Por outro lado, a produção dos leitores digitais exige energia, água e extração de minerais, além de gerar resíduos eletrônicos no descarte. O uso constante para recargas também tem seu impacto. O ponto de equilíbrio Segundo estudo da Universidade de Tóquio, os e-books se tornam vantajosos para o clima se o usuário ler pelo menos 15 livros em 3 anos. Caso contrário, o impacto da produção do dispositivo pode ser maior que o de comprar alguns exemplares impressos. O papel da reciclagem Independentemente do formato, a chave está na destinação correta: Livros impressos: podem ser doados, revendidos ou reciclados, retornando como papel novo para a cadeia produtiva. Aparelhos digitais: devem ser entregues em programas de logística reversa, evitando que metais pesados e plásticos contaminem o meio ambiente. Não há uma resposta única para saber qual formato é “melhor” para o planeta. O impacto depende da sua frequência de leitura e de como você lida com os livros ou aparelhos depois de usá-los. A decisão mais sustentável é consumir de forma consciente, priorizar livros que realmente serão lidos, reutilizar ou reciclar os exemplares impressos e garantir o descarte correto de dispositivos eletrônicos. Assim, você contribui para reduzir emissões, preservar recursos e fortalecer a economia circular.
14 de outubro de 2025
O urso polar é um dos símbolos mais conhecidos do impacto das mudanças climáticas no mundo. O derretimento acelerado do gelo no Ártico ameaça a sobrevivência dessa espécie, que depende do mar congelado para caçar suas presas. A situação é um alerta sobre como o aquecimento global afeta toda a vida na Terra, e como nossas escolhas podem fazer a diferença. A realidade dos ursos polares Estudos recentes mostram que, à medida que o gelo marinho desaparece, os ursos são forçados a passar mais tempo em terra, onde encontram pouca ou nenhuma fonte de alimento. Alguns tentam sobreviver comendo frutos ou ovos de aves, mas isso não é suficiente para manter sua saúde. Hoje, restam cerca de 26 mil ursos polares no mundo, e eles são classificados como espécie vulnerável à extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O maior desafio agora não é mais a caça predatória, mas o aumento da temperatura global. O elo entre mudanças climáticas e reciclagem Aquecimento global é consequência direta do acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, resultado de atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis e descarte inadequado de materiais. A reciclagem é uma das ferramentas mais eficientes para reduzir esses impactos. Ao reaproveitar materiais, evitamos novas extrações de recursos naturais, diminuímos o consumo de energia em processos produtivos e reduzimos a emissão de CO₂. Por que nossas ações importam Reciclar não é apenas uma forma de dar destino correto aos materiais. É um ato de responsabilidade com o futuro, o nosso e o de espécies como os ursos polares. Cada lata, garrafa ou pedaço de metal que volta para a cadeia produtiva representa menos pressão sobre o meio ambiente. O drama dos ursos polares é um lembrete urgente de que o planeta está mudando e que precisamos agir. Incentivar a reciclagem, reduzir o consumo de descartáveis e apoiar iniciativas de economia circular são passos importantes para ajudar a conter o avanço das mudanças climáticas. Preservar hoje é garantir que, no futuro, animais como os ursos polares continuem a existir.