Nova técnica transforma plástico PET em material capaz de capturar CO₂

26 de dezembro de 2025

Quando a reciclagem avança além do reaproveitamento

Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, desenvolveram uma tecnologia capaz de unir dois grandes desafios ambientais em uma única solução: o excesso de plástico no planeta e o aumento das emissões de dióxido de carbono.

A pesquisa mostra que resíduos de PET podem ser transformados em um novo composto capaz de capturar CO₂ diretamente da atmosfera ou de processos industriais.


Do resíduo ao recurso climático

O estudo, publicado na revista Science Advances, apresenta um processo químico de reaproveitamento avançado que converte o PET descartado em um material chamado BAETA.

Esse novo composto possui uma superfície quimicamente modificada, capaz de se ligar ao CO₂ de forma eficiente. O material pode ser compactado em pellets e utilizado em sistemas de captura de carbono, ampliando o valor ambiental de um resíduo amplamente presente no cotidiano.


Captura eficiente e reaproveitamento do CO₂

Quando o BAETA atinge sua capacidade máxima de absorção, ele pode ser aquecido para liberar o dióxido de carbono em alta concentração. Esse CO₂ pode, então, ser armazenado de forma segura ou reaproveitado em processos industriais, como a produção de combustíveis sintéticos e outros insumos.

Segundo os pesquisadores, o material mantém sua eficiência em diferentes condições, funcionando desde a temperatura ambiente até cerca de 150 °C, o que viabiliza sua aplicação direta em ambientes industriais.


Um ganho ambiental em duas frentes

O PET representa uma parcela significativa do plástico descartado globalmente e, muitas vezes, acaba em aterros, cursos d’água ou oceanos. A nova técnica permite reaproveitar inclusive materiais degradados ou de baixa qualidade, que normalmente não entram na reciclagem convencional.

Com isso, a solução reduz a pressão sobre o meio ambiente e contribui para a mitigação das mudanças climáticas, criando um ciclo em que o resíduo deixa de ser um problema e passa a fazer parte da solução.


Escala industrial e desafios futuros

O próximo passo dos pesquisadores é levar a tecnologia do laboratório para a indústria. A equipe busca investidores para produzir o material em escala e instalar sistemas de captura de CO₂ em fábricas e centros industriais.

A expectativa é que esse tipo de inovação crie incentivos econômicos para a coleta e a valorização do plástico descartado, fortalecendo cadeias de reaproveitamento mais eficientes.



O papel da reciclagem nesse novo cenário

Avanços como esse mostram que a reciclagem vai além do destino correto dos materiais. Ela se conecta diretamente à redução de emissões, à inovação tecnológica e à construção de soluções para os desafios climáticos globais.

A Recicla acompanha e valoriza iniciativas que reforçam a importância da economia circular, da gestão responsável de materiais e da transformação de resíduos em ativos ambientais para um futuro mais equilibrado.

12 de dezembro de 2025
Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado uma sucessão de ciclones extratropicais marcados por ventos intensos, chuvas volumosas e impactos significativos em diversas regiões. Embora esses sistemas meteorológicos sejam comuns no hemisfério Sul, especialistas afirmam que a intensidade atual já não pode ser considerada “normal”. O ciclone que atingiu recentemente o Sul do país foi classificado como de altíssimo risco, com rajadas que podem chegar a 120 km/h. Em Santa Catarina, municípios registraram volumes excepcionais de chuva em apenas 24 horas. A consequência imediata foram alagamentos, destruição e, infelizmente, mortes. O que está intensificando esses eventos? Pesquisas apontam uma relação direta entre o aquecimento global e a amplificação de fenômenos como esse. Para especialistas, a atmosfera mais quente fornece energia adicional às tempestades, favorecendo episódios mais severos. Outro fator decisivo é a redução inédita do gelo marinho na Antártica, resultado direto das mudanças climáticas. Essa alteração coloca a Oscilação Antártica em fase negativa, deslocando o cinturão de ciclones extratropicais e empurrando eventos mais intensos para o Sul do Brasil. Como explica o climatologista Francisco Aquino, esse cenário cria as condições perfeitas para tempestades extremas, comuns no inverno, ocorrerem também em outras estações. Ciclones-bomba: um risco crescente Os meteorologistas também observam a maior frequência de “ciclones-bomba”, caracterizados pela queda rápida da pressão atmosférica e ventos violentos. Embora ainda seja cedo para classificar o último evento como tal, a estrutura e a intensidade do sistema se aproximam desse padrão, reforçando um alerta sobre o que está por vir. Estudos climáticos já projetam um aumento desses sistemas nas próximas décadas se as emissões globais continuarem elevadas. Impactos sociais e a necessidade de adaptação Eventos como esse mostram que não se trata apenas de um problema ambiental, mas também de uma questão de segurança pública, planejamento urbano e resiliência comunitária. Especialistas defendem investimentos urgentes em: Alertas antecipados Infraestrutura de proteção Comunicação eficiente sobre riscos Políticas de mitigação e adaptação climática Essa estrutura é essencial para reduzir danos humanos e econômicos em cenários de tempestades cada vez mais intensas. O papel da economia circular nesse cenário A transição para cidades mais resilientes inclui uma revisão profunda da forma como produzimos, consumimos e descartamos. O acúmulo de emissões, que impulsiona eventos como ciclones intensificados, está diretamente ligado ao uso de materiais virgens e à falta de eficiência nas cadeias produtivas. Ao fortalecer práticas como reciclagem, reaproveitamento e gestão responsável, reduzimos emissões, poupamos recursos naturais e construímos estruturas mais preparadas para o futuro. A economia circular não é apenas uma pauta ambiental: é uma estratégia concreta de mitigação climática Caminhos possíveis para o amanhã A crescente força dos ciclones extratropicais no Brasil é um sinal claro de que o mundo já vive os efeitos das mudanças climáticas. Enfrentar essa realidade exige ação conjunta: políticas públicas fortes, ciência, inovação e responsabilidade ambiental. Na Recicla, seguimos comprometidos com soluções que reduzem impactos, fortalecem comunidades e contribuem para um futuro mais seguro e equilibrado. A adaptação climática começa agora, e passa pelas escolhas que fazemos todos os dias.
9 de dezembro de 2025
Com enchentes cada vez mais frequentes e o aumento do nível do mar pressionando populações costeiras, a Holanda tem se destacado ao desenvolver bairros flutuantes como forma de adaptação urbana. Um exemplo emblemático é Schoonschip, em Amsterdã: um conjunto de casas que se eleva e desce com a água, resistindo a tempestades que vêm se tornando mais intensas. Nesse modelo, as construções são fixadas em pilares metálicos, possuem cascos de concreto e utilizam painéis solares, bombas de calor e telhados verdes. A proposta une habitação, sustentabilidade e resiliência climática, transformando a água em aliada, não em ameaça. Tecnologia que já inspira o mundo A experiência holandesa não está isolada. Projetos semelhantes já se espalham para países europeus, para a Polinésia Francesa, para as Maldivas e até para ilhas artificiais propostas no mar Báltico. A escala desses planos mostra que a adaptação climática exige inovação e soluções urbanas que considerem o cenário futuro! Novo planejamento urbano para novos desafios Casas flutuantes não têm apenas função habitacional: elas surgem como alternativas para cidades que enfrentam falta de espaço, enchentes recorrentes e riscos de tempestades extremas. A Holanda já inclui esse tipo de construção em sua Estratégia de Adaptação e Resistência às Mudanças Climáticas, e a demanda cresce diante da necessidade de novas moradias. Benefícios, desafios e oportunidades A tecnologia é promissora, mas também enfrenta obstáculos. Construções sobre a água exigem infraestrutura específica, como redes de energia e saneamento adaptadas, além de resistência a ventos e ondas mais fortes. Ainda assim, especialistas defendem que cidades adaptadas à água podem salvar vidas e reduzir danos bilionários em cenários de enchentes, cada vez mais comuns em regiões urbanas. O papel da gestão de materiais nesse contexto Soluções como bairros flutuantes fazem parte de uma transformação maior: pensar cidades mais resilientes e sustentáveis. Nesse cenário, economias circulares e sistemas eficientes de reciclagem têm papel essencial na redução de impactos e na construção de ambientes urbanos mais preparados para o futuro. A reciclagem reduz a pressão sobre recursos naturais, diminui emissões e contribui para que infraestruturas urbanas, seja no solo ou na água, sejam menos vulneráveis às mudanças climáticas. Trata-se de um conjunto de práticas que, quando aplicadas com responsabilidade, ajudam a fortalecer cidades, comunidades e ecossistemas! Caminhos possíveis para o amanhã A experiência holandesa prova que inovação, tecnologia e sustentabilidade podem caminhar juntas para enfrentar desafios previstos nas próximas décadas. E cada país, cada cidade e cada empresa têm um papel nisso. A Recicla segue comprometida com práticas que fortalecem essa visão: gestão responsável, economia circular e soluções que contribuem para um futuro mais seguro, inteligente e adaptado.