Por que apenas 9% dos plásticos no mundo são reciclados?

27 de dezembro de 2024

A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais da atualidade, contaminando nossos oceanos, o ar que respiramos e até mesmo nossos corpos. Embora a reciclagem de plásticos seja uma prática crescente, os números ainda são alarmantes. Apenas 9% dos plásticos produzidos no mundo são efetivamente reciclados, enquanto a grande maioria termina na natureza ou é incinerada. Mas, por que essa taxa de reciclagem é tão baixa? O problema é multifacetado e envolve questões tanto técnicas quanto políticas.


A Complexidade da Reciclagem de Plásticos


Em primeiro lugar, a reciclagem do plástico é um processo complexo. Existem milhares de tipos de plásticos, cada um com suas propriedades e exigências específicas de processamento. Isso torna a triagem e a separação de materiais uma tarefa extremamente difícil. Por exemplo, uma garrafa plástica comum de água pode ser feita de PET (polietileno tereftalato), mas ela não pode ser reciclada de forma eficiente junto a outras garrafas de plástico que, apesar de parecerem semelhantes, são feitas de materiais diferentes ou de cores diversas. Cada tipo de plástico precisa ser tratado de maneira específica, o que torna o processo mais caro e menos eficiente.


Além disso, muitos plásticos contêm aditivos químicos para torná-los mais flexíveis, impermeáveis ou coloridos. Embora esses aditivos possam melhorar as características do produto, eles também podem ser prejudiciais à saúde dos trabalhadores que lidam com o material durante a reciclagem. E, em muitos casos, esses aditivos tornam o plástico mais difícil de processar de forma segura e eficaz.


Outro desafio significativo é a contaminação dos plásticos. Muitos plásticos recicláveis estão contaminados por resíduos de alimentos ou outros materiais, como rótulos de embalagens que não saem facilmente. Isso pode impedir que um lote inteiro de plástico seja reciclado e fazendo com que ele acabe sendo descartado de forma inadequada, seja por incineração ou despejo em aterros sanitários.


A Difícil Realidade da Reciclagem Global


O mundo produz 460 milhões de toneladas de plástico anualmente, e esse número deve dobrar até 2050. Entretanto, de cada 100 quilos de plástico produzidos, 79 acabam na natureza, 12 são incinerados e apenas 9 são reciclados. A reciclagem, embora essencial, não está conseguindo acompanhar o ritmo de produção do plástico, o que agrava ainda mais a crise ambiental.


A recente reunião em Busan, na Coreia do Sul, onde representantes de quase 180 países discutiram a criação de um tratado internacional para combater a poluição por plásticos, revela as dificuldades em superar esses obstáculos. A falta de um acordo unificado sobre como proceder em relação à reciclagem de plásticos e à redução da produção tem sido uma das maiores barreiras para o avanço de soluções eficazes.


Caminhos para Aumentar a Taxa de Reciclagem


Embora o cenário seja desafiador, há esforços globais para aumentar a taxa de reciclagem de plásticos. Uma das possíveis soluções seria padronizar os tipos de plásticos produzidos, o que facilitaria a reciclagem e a classificação. Além disso, a limitação do uso de aditivos químicos e a transparência por parte das empresas sobre os materiais usados podem contribuir para melhorar a qualidade do plástico reciclado.


É fundamental também que os países invistam em infraestruturas de coleta e processamento de resíduos, tornando a reciclagem mais acessível e eficiente. A educação ambiental também desempenha um papel crucial, incentivando as pessoas a reciclarem corretamente e a reduzirem o consumo de plásticos descartáveis.


O Papel da Recicla na Mudança


No Brasil e no mundo, iniciativas como as da Recicla são essenciais para promover o aumento da reciclagem e para impulsionar a economia circular. Ao focar no reaproveitamento de materiais e na conscientização ambiental, a Recicla contribui para um futuro mais sustentável, onde a reciclagem não é apenas uma possibilidade, mas uma realidade acessível e eficaz.


A guerra contra a poluição plástica está apenas começando, e é preciso que todos, desde governos até cidadãos, se unam para garantir que o futuro seja livre da ameaça de plásticos acumulados no meio ambiente.


Fonte: UOL

12 de dezembro de 2025
Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado uma sucessão de ciclones extratropicais marcados por ventos intensos, chuvas volumosas e impactos significativos em diversas regiões. Embora esses sistemas meteorológicos sejam comuns no hemisfério Sul, especialistas afirmam que a intensidade atual já não pode ser considerada “normal”. O ciclone que atingiu recentemente o Sul do país foi classificado como de altíssimo risco, com rajadas que podem chegar a 120 km/h. Em Santa Catarina, municípios registraram volumes excepcionais de chuva em apenas 24 horas. A consequência imediata foram alagamentos, destruição e, infelizmente, mortes. O que está intensificando esses eventos? Pesquisas apontam uma relação direta entre o aquecimento global e a amplificação de fenômenos como esse. Para especialistas, a atmosfera mais quente fornece energia adicional às tempestades, favorecendo episódios mais severos. Outro fator decisivo é a redução inédita do gelo marinho na Antártica, resultado direto das mudanças climáticas. Essa alteração coloca a Oscilação Antártica em fase negativa, deslocando o cinturão de ciclones extratropicais e empurrando eventos mais intensos para o Sul do Brasil. Como explica o climatologista Francisco Aquino, esse cenário cria as condições perfeitas para tempestades extremas, comuns no inverno, ocorrerem também em outras estações. Ciclones-bomba: um risco crescente Os meteorologistas também observam a maior frequência de “ciclones-bomba”, caracterizados pela queda rápida da pressão atmosférica e ventos violentos. Embora ainda seja cedo para classificar o último evento como tal, a estrutura e a intensidade do sistema se aproximam desse padrão, reforçando um alerta sobre o que está por vir. Estudos climáticos já projetam um aumento desses sistemas nas próximas décadas se as emissões globais continuarem elevadas. Impactos sociais e a necessidade de adaptação Eventos como esse mostram que não se trata apenas de um problema ambiental, mas também de uma questão de segurança pública, planejamento urbano e resiliência comunitária. Especialistas defendem investimentos urgentes em: Alertas antecipados Infraestrutura de proteção Comunicação eficiente sobre riscos Políticas de mitigação e adaptação climática Essa estrutura é essencial para reduzir danos humanos e econômicos em cenários de tempestades cada vez mais intensas. O papel da economia circular nesse cenário A transição para cidades mais resilientes inclui uma revisão profunda da forma como produzimos, consumimos e descartamos. O acúmulo de emissões, que impulsiona eventos como ciclones intensificados, está diretamente ligado ao uso de materiais virgens e à falta de eficiência nas cadeias produtivas. Ao fortalecer práticas como reciclagem, reaproveitamento e gestão responsável, reduzimos emissões, poupamos recursos naturais e construímos estruturas mais preparadas para o futuro. A economia circular não é apenas uma pauta ambiental: é uma estratégia concreta de mitigação climática Caminhos possíveis para o amanhã A crescente força dos ciclones extratropicais no Brasil é um sinal claro de que o mundo já vive os efeitos das mudanças climáticas. Enfrentar essa realidade exige ação conjunta: políticas públicas fortes, ciência, inovação e responsabilidade ambiental. Na Recicla, seguimos comprometidos com soluções que reduzem impactos, fortalecem comunidades e contribuem para um futuro mais seguro e equilibrado. A adaptação climática começa agora, e passa pelas escolhas que fazemos todos os dias.
9 de dezembro de 2025
Com enchentes cada vez mais frequentes e o aumento do nível do mar pressionando populações costeiras, a Holanda tem se destacado ao desenvolver bairros flutuantes como forma de adaptação urbana. Um exemplo emblemático é Schoonschip, em Amsterdã: um conjunto de casas que se eleva e desce com a água, resistindo a tempestades que vêm se tornando mais intensas. Nesse modelo, as construções são fixadas em pilares metálicos, possuem cascos de concreto e utilizam painéis solares, bombas de calor e telhados verdes. A proposta une habitação, sustentabilidade e resiliência climática, transformando a água em aliada, não em ameaça. Tecnologia que já inspira o mundo A experiência holandesa não está isolada. Projetos semelhantes já se espalham para países europeus, para a Polinésia Francesa, para as Maldivas e até para ilhas artificiais propostas no mar Báltico. A escala desses planos mostra que a adaptação climática exige inovação e soluções urbanas que considerem o cenário futuro! Novo planejamento urbano para novos desafios Casas flutuantes não têm apenas função habitacional: elas surgem como alternativas para cidades que enfrentam falta de espaço, enchentes recorrentes e riscos de tempestades extremas. A Holanda já inclui esse tipo de construção em sua Estratégia de Adaptação e Resistência às Mudanças Climáticas, e a demanda cresce diante da necessidade de novas moradias. Benefícios, desafios e oportunidades A tecnologia é promissora, mas também enfrenta obstáculos. Construções sobre a água exigem infraestrutura específica, como redes de energia e saneamento adaptadas, além de resistência a ventos e ondas mais fortes. Ainda assim, especialistas defendem que cidades adaptadas à água podem salvar vidas e reduzir danos bilionários em cenários de enchentes, cada vez mais comuns em regiões urbanas. O papel da gestão de materiais nesse contexto Soluções como bairros flutuantes fazem parte de uma transformação maior: pensar cidades mais resilientes e sustentáveis. Nesse cenário, economias circulares e sistemas eficientes de reciclagem têm papel essencial na redução de impactos e na construção de ambientes urbanos mais preparados para o futuro. A reciclagem reduz a pressão sobre recursos naturais, diminui emissões e contribui para que infraestruturas urbanas, seja no solo ou na água, sejam menos vulneráveis às mudanças climáticas. Trata-se de um conjunto de práticas que, quando aplicadas com responsabilidade, ajudam a fortalecer cidades, comunidades e ecossistemas! Caminhos possíveis para o amanhã A experiência holandesa prova que inovação, tecnologia e sustentabilidade podem caminhar juntas para enfrentar desafios previstos nas próximas décadas. E cada país, cada cidade e cada empresa têm um papel nisso. A Recicla segue comprometida com práticas que fortalecem essa visão: gestão responsável, economia circular e soluções que contribuem para um futuro mais seguro, inteligente e adaptado.