VIDRO X PLÁSTICO: O ULTIMATO

Túlio Dantas • 28 de junho de 2023

A discussão sobre o uso do plástico e formas para reduzi-lo sempre entram na pauta ambiental. No entanto, com o avanço da tecnologia, essa discussão ganhou força no ambiente virtual e muitas possíveis soluções começaram a surgir. Mas, mesmo assim, ainda não conseguimos chegar a uma solução definitiva.


Uma das soluções apontadas é a substituição do plástico pelo vidro. O seu uso, de forma geral, como recipiente para armazenamento não é novidade, pois ao longo da história da humanidade a sua durabilidade e funcionalidade já foram testadas e comprovadas. Por ser um material versátil e reutilizável, o vidro caiu na graça do povo sem precisar de muito esforço.  Hoje ele possui muitas funções para além do armazenamento, podendo até ser utilizado como condutor de Internet. A sua credibilidade é tamanha, tanto que a ONU designou 2022 como Ano Internacional do Vidro, devido a sua essencialidade para o desenvolvimento científico e cultural.


Mesmo diante de seus benefícios, como ser um material que pode ser reciclado infinitamente sem prejudicar sua qualidade, pureza ou durabilidade, precisamos nos questionar se a adesão ao vidro em detrimento ao uso do plástico é mesmo a opção mais sustentável. Apesar do plástico não ser infinitamente reciclável, em comparação com o vidro, o seu processo de fabricação consome menos energia, uma vez que seu ponto de fusão é mais baixo do que o do vidro. Dessa forma, podemos perceber que nos apoiarmos no pressuposto de que o vidro é sustentável apenas porque é infinitamente reciclável é uma atitude precipitada.



Analisando o ciclo de produção do vidro podemos notar que ele pode ser tão prejudicial ao meio ambiente quanto o plástico, e que os mesmos cuidados de descarte com o plástico também servem para ele. Sendo assim, percebemos que não há soluções rápidas ou prontas que

garantam a salvação imediata do meio ambiente. Precisamos, todos os dias, buscar novas formas de diminuir o impacto negativo que os nossos hábitos de consumo podem causar. Portanto, não se trata de escolher entre o vidro e o plástico, mas sim, sobre escolhermos todos os dias preservar o hoje da maneira mais responsável possível, para assim garantirmos o amanhã.


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Apesar dos avanços recentes na gestão de resíduos sólidos, o Brasil ainda convive com números alarmantes quando o assunto é descarte irregular. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, publicado pela ABREMA, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo urbano têm destinação inadequada todos os anos. Esse volume representa quase 43% de todo o lixo gerado no país em 2022, o que corresponde a impressionantes 11.362 piscinas olímpicas cheias de resíduos compactados ou 233 estádios do Maracanã lotados. O que significa descarte irregular? O descarte irregular acontece quando resíduos não são recolhidos pelo sistema oficial de coleta ou são destinados a locais inadequados, como lixões, terrenos baldios, valas e até córregos urbanos. Apesar de ilegais, os lixões ainda recebem aproximadamente 27,9 milhões de toneladas de resíduos anualmente, funcionando sem qualquer estrutura para impedir a contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, em áreas sem cobertura de coleta, cerca de 5,3 milhões de toneladas acabam sendo descartadas de forma incorreta, ampliando os riscos ambientais e dificultando a valorização de materiais que poderiam ser reciclados. Impactos para a saúde pública e o meio ambiente Os efeitos desse descarte inadequado vão muito além da poluição visual. Lixões a céu aberto favorecem a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças, colocando em risco a saúde das comunidades vizinhas. Sem proteção adequada, os resíduos liberam chorume e gases tóxicos, contaminando o solo, comprometendo lençóis freáticos e contribuindo para a poluição do ar. Essa realidade representa um retrocesso não apenas ambiental, mas também social, já que dificulta o trabalho de reaproveitamento de materiais e sobrecarrega os serviços de saúde pública. Caminhos para o futuro Superar o desafio do descarte irregular exige um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade. Algumas medidas fundamentais incluem: Expansão e melhoria da coleta e da destinação final ambientalmente adequada, com a construção de novos aterros sanitários; Fortalecimento da reciclagem e da economia circular, reduzindo a geração de resíduos e valorizando os materiais reaproveitáveis; Educação ambiental e engajamento social, para que cada cidadão compreenda a importância do descarte correto; Políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa, com o objetivo de eliminar definitivamente os lixões e ampliar a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos.