A RECICLAGEM TEM ÍNDICE DE 4% NO BRASIL, INDICA PESQUISA

Túlio Dantas • 22 de setembro de 2023

Na primeira estrofe da música Asa Branca, cantada pela figura saudosa de Luiz Gonzaga, o nosso Rei do Baião descreve por meio da poesia a situação do sertão brasileiro. Nas linhas da canção podemos sentir a sua frustração ao olhar para o horizonte e só se deparar com a escassez. Não obstante desta realidade relatada na obra, se encontra não só o sertão brasileiro, mas o Brasil como um todo. Tal circunstância se dá pela indiferença com a qual lidamos com um assunto tão sério, que é o nosso bem em comum: a natureza.

Na notícia que compartilhamos esta semana em nosso quadro Recicla NEWS, divulgamos o impactante e triste dado de que o Brasil recicla apenas 4% do lixo produzido. Esse dado, além de alarmante, é preocupante, visto que somos o país responsável por 40% da produção de lixo a nível global.



Outro fato que podemos inferir com esse dado é que apesar da geração de emprego e oportunidades por meio da reciclagem, o Brasil ainda não dá a devida atenção ao assunto. Já sabemos que a reciclagem é bastante benéfica não só para o meio ambiente, mas também para nós mesmos. Então, o que nos leva a menosprezar essa atividade?


Não podemos dizer que as consequências do menosprezo são mínimas, pois sabemos que elas afetam diretamente a biodiversidade, causando a diminuição da mesma, além da degradação de espécies e contaminação das fontes de águas. Ou seja, lidar com indiferença só nos leva a passos largos para um futuro com consequências irreversíveis.


Segundo o estudo realizado pela organização sem fins lucrativos, International Solid Waste Association (ISWA), a geração de lixo em âmbito mundial chegará a 3,4 bilhões de toneladas, por ano, até 2050. A quantidade é maior do que a nossa capacidade de reciclagem atualmente, o que nos leva a pensar em como podemos reverter essa situação enquanto ainda temos tempo.


Aqui em nosso blog, você pode encontrar diversos conteúdos com dicas de como preservar o meio ambiente de forma prática e segura, além de adquirir mais conhecimento sobre formas sustentáveis de descartar o seu resíduo e, assim, contribuir para a reciclagem em nosso país. Sendo assim, continue nos acompanhando em nossas redes sociais e consumindo os nossos conteúdos.


Só depende de nós preservarmos hoje para garantirmos um amanhã diferente da realidade retratada na canção Asa Branca. Contamos com você para ser o nosso parceiro na preservação e conservação da natureza.

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Apesar dos avanços recentes na gestão de resíduos sólidos, o Brasil ainda convive com números alarmantes quando o assunto é descarte irregular. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, publicado pela ABREMA, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo urbano têm destinação inadequada todos os anos. Esse volume representa quase 43% de todo o lixo gerado no país em 2022, o que corresponde a impressionantes 11.362 piscinas olímpicas cheias de resíduos compactados ou 233 estádios do Maracanã lotados. O que significa descarte irregular? O descarte irregular acontece quando resíduos não são recolhidos pelo sistema oficial de coleta ou são destinados a locais inadequados, como lixões, terrenos baldios, valas e até córregos urbanos. Apesar de ilegais, os lixões ainda recebem aproximadamente 27,9 milhões de toneladas de resíduos anualmente, funcionando sem qualquer estrutura para impedir a contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, em áreas sem cobertura de coleta, cerca de 5,3 milhões de toneladas acabam sendo descartadas de forma incorreta, ampliando os riscos ambientais e dificultando a valorização de materiais que poderiam ser reciclados. Impactos para a saúde pública e o meio ambiente Os efeitos desse descarte inadequado vão muito além da poluição visual. Lixões a céu aberto favorecem a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças, colocando em risco a saúde das comunidades vizinhas. Sem proteção adequada, os resíduos liberam chorume e gases tóxicos, contaminando o solo, comprometendo lençóis freáticos e contribuindo para a poluição do ar. Essa realidade representa um retrocesso não apenas ambiental, mas também social, já que dificulta o trabalho de reaproveitamento de materiais e sobrecarrega os serviços de saúde pública. Caminhos para o futuro Superar o desafio do descarte irregular exige um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade. Algumas medidas fundamentais incluem: Expansão e melhoria da coleta e da destinação final ambientalmente adequada, com a construção de novos aterros sanitários; Fortalecimento da reciclagem e da economia circular, reduzindo a geração de resíduos e valorizando os materiais reaproveitáveis; Educação ambiental e engajamento social, para que cada cidadão compreenda a importância do descarte correto; Políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa, com o objetivo de eliminar definitivamente os lixões e ampliar a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos.