O PERIGO ESTÁ BEM EMBAIXO DO SEU NARIZ

Túlio Dantas • 14 de junho de 2023

Você já se pegou lendo uma notícia cheia de informações chocantes e, por algum motivo, aquilo pareceu não ser tão absurdo? Ou em uma conversa com os amigos um deles solta alguma informação preocupante, mas isso também parece não te afetar muito? Bom, coisas absurdas têm se tornado tão comuns no nosso cotidiano que passamos a lidar com elas de forma indiferente, e por isso acabamos não dando tanta importância para aquilo que merece nossa total atenção.

Acredito que você veja inúmeras bitucas espalhadas pela cidade enquanto caminha. Provavelmente isso seja um fato tão comum e rotineiro para você que, talvez, nem seja válido se preocupar. Mas, você sabia que novas pesquisas descobriram que o impacto causado por elas ao meio ambiente é imenso devido às substâncias químicas contidas em cada bituca?


As bitucas de cigarro contém até 7.000 substâncias químicas tóxicas diferentes e fibras microplásticas que são prejudiciais ao meio ambiente. Dependendo do local onde são descartadas, elas podem levar até 14 anos para se decompor. Muito tempo, não é mesmo? Ter um material tão nocivo às nossas vidas e ao meio ambiente largado pelas ruas deveria não só nos preocupar, como também nos levar a tomar uma atitude em relação à situação.


Para que esse cenário seja revertido, a primeira atitude que precisa ser tomada é a de sensibilização. Muitos fumantes parecem ser alheios aos riscos que o cigarro traz não só para a sua saúde, mas também para o meio ambiente. Por isso é importante que este assunto seja uma pauta amplamente discutida pela sociedade, pois por meio da disseminação de informação à população, a mesma pode se conscientizar dos riscos que estão correndo devido ao descarte incorreto das bitucas de cigarro.


Em um estudo publicado na revista Microplastics and Nanoplastics, os cientistas descobriram por meio de uma experiência laboratorial que larvas de mosquitos expostas às toxinas da bituca de cigarro tinham uma taxa de mortalidade 20% maior do que antes da exposição. Eles também alegaram que as toxinas podem ter impacto negativo em outras formas de vida, como peixes, mesmo em concentrações relativamente pequenas.



Diante de tudo que foi exposto, o questionamento que nos fica é: o cigarro deveria ser proibido? Sabemos que esta questão é bastante ampla e até complexa. No entanto, você pode ser um agente ativo em seu meio social e disseminar as informações aqui expostas. Para cuidar do hoje, é de extrema importância utilizarmos todo o conhecimento a que temos acesso, pois é por meio dele que garantimos o amanhã.

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Apesar dos avanços recentes na gestão de resíduos sólidos, o Brasil ainda convive com números alarmantes quando o assunto é descarte irregular. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, publicado pela ABREMA, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo urbano têm destinação inadequada todos os anos. Esse volume representa quase 43% de todo o lixo gerado no país em 2022, o que corresponde a impressionantes 11.362 piscinas olímpicas cheias de resíduos compactados ou 233 estádios do Maracanã lotados. O que significa descarte irregular? O descarte irregular acontece quando resíduos não são recolhidos pelo sistema oficial de coleta ou são destinados a locais inadequados, como lixões, terrenos baldios, valas e até córregos urbanos. Apesar de ilegais, os lixões ainda recebem aproximadamente 27,9 milhões de toneladas de resíduos anualmente, funcionando sem qualquer estrutura para impedir a contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, em áreas sem cobertura de coleta, cerca de 5,3 milhões de toneladas acabam sendo descartadas de forma incorreta, ampliando os riscos ambientais e dificultando a valorização de materiais que poderiam ser reciclados. Impactos para a saúde pública e o meio ambiente Os efeitos desse descarte inadequado vão muito além da poluição visual. Lixões a céu aberto favorecem a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças, colocando em risco a saúde das comunidades vizinhas. Sem proteção adequada, os resíduos liberam chorume e gases tóxicos, contaminando o solo, comprometendo lençóis freáticos e contribuindo para a poluição do ar. Essa realidade representa um retrocesso não apenas ambiental, mas também social, já que dificulta o trabalho de reaproveitamento de materiais e sobrecarrega os serviços de saúde pública. Caminhos para o futuro Superar o desafio do descarte irregular exige um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade. Algumas medidas fundamentais incluem: Expansão e melhoria da coleta e da destinação final ambientalmente adequada, com a construção de novos aterros sanitários; Fortalecimento da reciclagem e da economia circular, reduzindo a geração de resíduos e valorizando os materiais reaproveitáveis; Educação ambiental e engajamento social, para que cada cidadão compreenda a importância do descarte correto; Políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa, com o objetivo de eliminar definitivamente os lixões e ampliar a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos.