Reciclagem global do alumínio deve ultrapassar 100 milhões de toneladas até 2050

24 de julho de 2025

Brasil já recicla 60% do alumínio consumido e se destaca como referência mundial em circularidade.


A reciclagem de alumínio está prestes a atingir novos patamares nas próximas décadas. De acordo com projeções do International Aluminium Institute (IAI), a indústria global deve reciclar entre 90 e mais de 100 milhões de toneladas por ano até 2050 — mais que o dobro do volume atual.


Hoje, o mundo recicla cerca de 41 milhões de toneladas do metal anualmente. O crescimento previsto revela uma tendência irreversível: a economia circular está se consolidando como eixo estratégico para sustentabilidade, eficiência energética e redução do impacto ambiental.


Brasil na frente: 60% do consumo já vem da reciclagem


Enquanto a média mundial de reciclagem do alumínio gira em torno de 30%, o Brasil apresenta um índice duas vezes maior.


Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), em 2023 o país reciclou 850 mil toneladas de sucata, o equivalente a 60% do alumínio consumido nacionalmente. Um indicador que reforça o protagonismo brasileiro em soluções sustentáveis e reaproveitamento de materiais.


Essa performance é resultado de uma cadeia estruturada, com tecnologia, logística reversa, valorização do alumínio pós-consumo e iniciativas que integram indústria, cooperativas e consumidores.

Por que o alumínio é essencial na economia circular?

O alumínio é um dos materiais mais recicláveis do planeta. Ele pode ser reaproveitado infinitamente sem perda de qualidade, e a reciclagem consome apenas cerca de 5% da energia necessária para produzir o metal primário a partir da bauxita.


Além disso, seu uso está presente em diversos setores estratégicos:


  • Construção civil
  • Transportes
  • Embalagens
  • Energia
  • Eletrônicos e eletrodomésticos


A reciclagem, portanto, não só reduz o volume de resíduos destinados a aterros, como também economiza recursos naturais, energia e gera empregos indiretos, fortalecendo uma cadeia produtiva mais limpa e eficiente!

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Apesar dos avanços recentes na gestão de resíduos sólidos, o Brasil ainda convive com números alarmantes quando o assunto é descarte irregular. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, publicado pela ABREMA, cerca de 33 milhões de toneladas de lixo urbano têm destinação inadequada todos os anos. Esse volume representa quase 43% de todo o lixo gerado no país em 2022, o que corresponde a impressionantes 11.362 piscinas olímpicas cheias de resíduos compactados ou 233 estádios do Maracanã lotados. O que significa descarte irregular? O descarte irregular acontece quando resíduos não são recolhidos pelo sistema oficial de coleta ou são destinados a locais inadequados, como lixões, terrenos baldios, valas e até córregos urbanos. Apesar de ilegais, os lixões ainda recebem aproximadamente 27,9 milhões de toneladas de resíduos anualmente, funcionando sem qualquer estrutura para impedir a contaminação do solo, da água e do ar. Além disso, em áreas sem cobertura de coleta, cerca de 5,3 milhões de toneladas acabam sendo descartadas de forma incorreta, ampliando os riscos ambientais e dificultando a valorização de materiais que poderiam ser reciclados. Impactos para a saúde pública e o meio ambiente Os efeitos desse descarte inadequado vão muito além da poluição visual. Lixões a céu aberto favorecem a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças, colocando em risco a saúde das comunidades vizinhas. Sem proteção adequada, os resíduos liberam chorume e gases tóxicos, contaminando o solo, comprometendo lençóis freáticos e contribuindo para a poluição do ar. Essa realidade representa um retrocesso não apenas ambiental, mas também social, já que dificulta o trabalho de reaproveitamento de materiais e sobrecarrega os serviços de saúde pública. Caminhos para o futuro Superar o desafio do descarte irregular exige um esforço conjunto entre governos, empresas e sociedade. Algumas medidas fundamentais incluem: Expansão e melhoria da coleta e da destinação final ambientalmente adequada, com a construção de novos aterros sanitários; Fortalecimento da reciclagem e da economia circular, reduzindo a geração de resíduos e valorizando os materiais reaproveitáveis; Educação ambiental e engajamento social, para que cada cidadão compreenda a importância do descarte correto; Políticas públicas eficazes e fiscalização rigorosa, com o objetivo de eliminar definitivamente os lixões e ampliar a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos.